Ainda estou sem palavras. Li Necrópole em um dia e acreditava ser um desses livros chatos que não sabe tratar a temática ‘bruxaria’ nos envolvendo num terror sem sentindo etc. Ufa! Eu me enganei, que sorte!
Um livro que reúne cinco talentos da literatura de suspense e terror, cada um deles apresentando uma história com 30 páginas, ambientada em uma metrópole genérica. Os vampiros – criaturas misteriosas e ao mesmo tempo tão difundidas na literatura – são apresentadas pelos autores em tramas bem estruturadas e inusitadamente surpreendentes.
Este é o primeiro volume de uma coleção que a editora Alaúde pretende dedicar ao segmento suspense/terror. A coleção sempre trará histórias inéditas com as mais promissoras revelações do gênero em edições temáticas: lobisomens, espíritos, bruxas, seres míticos e outros assuntos relacionados.
O principal aspecto deste projeto não é apenas a pontualidade da coleção, mas também a apresentação de novos talentos da literatura brasileira de terror e suspense.
Não é um livro que se lê várias vezes, porém é um livro que as histórias martelam na cabeça por dias ou quem sabe a eternidade. Conforme as horas vão passando me vi lembrando-se de frases e histórias lidas...
Você não vai encontrar uma visão distorcida e absurda sobre bruxaria que te ensinaram desde criancinha. O que vai encontrar são condições humanas à própria espiritualidade que em desconexão com a harmonia da vida nos coloca frente ao que de pior pode existir na essência humana e suas escolhas.
“Em Cândido somos atirados em uma realidade desesperançosa e solitária, onde percebemos que a magia do mundo não é algo que possa ser criado apenas conscientemente. Aqui, a magia pode nascer de sentimentos intensos como o amor e a paixão, o ciúme e a posse.”
Particularmente gostei de todos os textos, mas lógico tiveram aqueles que me prenderam mais. Não posso falar de todos os textos aqui, logo discursarei acerca dos que mais prenderam minha atenção.
O Sagrado profano se passa num terreiro de Candomblé, precisamente uma disputa mortal, entre quatro mulheres, pelo poder de assumir o barracão – forma que é definido no livro – contudo deve-se ter muito cuidado com o que se deseja, pois a possibilidade de se conseguir é grande. E como todo bônus tem seu ônus... a banalização da vida em prol de um falso poder é exposto de forma simples, porém reflexiva para qualquer crença e cidadão.
“Hoje sou rei. E nenhuma pessoa pode dominar um rei. Sei que você achou que as mulheres estavam me conduzindo. O rei conduz. Minha força veio do seu desejo. Do desejo de todos aqui. Ninguém quer mudanças. Nem ninguém para substituir a mãe Gina. O barracão é independente.”
Cândido até agora está zunindo no meu ouvido, juízo e tudo mais. Uma história forte e canina, literalmente! É de tirar o fôlego e nos fazer refletir sobre a natureza humana, nossos atos instintivos, nossa necessidade de preservação. “toda ação na vida tem uma consequência” E Luana sai do rotineiro básico para uma história visceral e vagabundo, mas com consequências sobrenaturais e mortais, além de um novo ciclo que se inicia com o fim.
Por Lilian Farias
@LiliansFarias
Eu já li esse livro, e adorei, é incrivel!
ResponderExcluirvisita? pegueumlivro.blogspot.com
é magnífico, Ju!
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